domingo, 25 de janeiro de 2015

Autistas chegam ao mercado de trabalho

Autistas chegam ao mercado de trabalho

Como o maior conhecimento sobre o transtorno, terapias adequadas e diagnóstico precoce têm permitido às pessoas com autismo trabalhar

Rachel CostaRevista IstoÉ IndependentePublicada em 04/11/2011


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Fernanda Raquel desenvolveu a habilidade de desenhar para se comunicar.
Hoje trabalha como ilustradora

Foto: Revista IstoÉ Independente

Um cenário impensável no passado. Na empresa dinamarquesa de testagem de softwares Specialisterne, 80 dos 100 funcionários têm autismo. Uma das pioneiras na contratação de mão de obra autista, ela é um exemplo do grande avanço ocorrido nos últimos anos no universo das pessoas que convivem com esse transtorno. Com a melhor compreensão sobre a síndrome, os autistas têm deixado a clausura do espaço privado e ganhado o espaço público. “O autismo é um conjunto muito heterogêneo de condições que têm como ponto de contato os prejuízos nas áreas da comunicação, comportamento e interação social”, explica o neurologista Salomão Schwartzman. Se durante muito tempo se falou apenas dessas dificuldades, atualmente começam a ser discutidas as habilidades associadas e como isso pode ser aproveitado em diferentes profissões. Tanto que já há uma primeira geração a chegar ao mercado de trabalho. “Eles têm boa memória, uma mente muito bem estruturada, paixão por detalhes, bom faro para encontrar erros e perseverança para realizar atividades repetitivas”, disse à ISTOÉ o fundador da Specialisterne, Thorkil Sonne. 

Foi o caso da jovem Fernanda Raquel Nascimento, 18 anos. A terapia ajudou a jovem a vencer os obstáculos que encontrava para interagir. Também progressivamente ela transformou em profissão o que era uma de suas formas de comunicação, o desenho. Hoje ela comemora seus primeiros trabalhos de ilustração para a Livraria Saraiva, em São Paulo. “Com o dinheiro, quero cursar faculdade”, diz. A jovem ainda trabalha em casa, mas o objetivo é que passe a dar expediente no escritório. “Ela realiza um trabalho de alta qualidade e com um ótimo atendimento da demanda”, fala Jorge Saraiva, proprietário da rede de livrarias. Depois do contato com Fernanda, a empresa iniciou um plano para a contratação de pessoas com diferentes tipos de transtorno, entre eles, o autismo. Que se torne um cenário comum. 

Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/174092_AUTISTAS+CHEGAM+AO+MERCADO+DE+TRABALHO

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