domingo, 25 de janeiro de 2015

A&R Galeria Virtual Espaço TEArte







     Marlene Bergamo/Folhapress

Galeria Virtual Espaço TEArte

Fernanda Raquel Nascimento Santana (Fernanda Sazuki), 21 anos, desenhista e ilustradora free-lancer de livros e publicações periódicas. Aos onze anos foi diagnosticada com a síndrome de asperger, atualmente denominado transtorno do espectro do autismo – moderado. As suas áreas de interesse são: o desenho, a pintura, as ilustrações digitais e a fotografia (spot).
As suas criações artísticas são referenciadas a partir de seu interesse pela cultura, mitos e práticas inscritas nas antigas civilizações. Ao mesmo tempo, a busca para entender o tempo e o espaço na história, o futuro a intriga e assim, em muitos desenhos evidenciam-se figuras alienígenas no seu imaginário, onde prevê uma possível interação interplanetária.
Além de pesquisar o tema “aviação comercial”, os aeroportos e aeronaves são seus objetos preferidos para trocar informações com outras pessoas também interessadas na mesma temática, entretanto, o seu principal objetivo é sair em campo para fotografar as aeronaves e aeroportos.
Fonte: http://autismoerealidade.org/galeria-virtual/conheca-a-artista-fernanda-sazuki/

Hizuka Haromy (2015)


Sazory (Sazuki 2015 )


Jovem Autista faz ENEM para realizar sonho de ser web designer


Foto: Fernando Donasci/Agência O Globo


Por MÁRCIA ABOS
08/11/2014

SÃO PAULO — Foi sozinha numa sala de aula no campus da Uninove, que reúne o maior número de inscritos do Enem na capital paulista, que Fernanda Raquel Nascimento Santana, de 21 anos, fez a primeira parte do exame nesse sábado. A jovem, diagnosticada com autismo aos 11 anos de idade, não reclamou de solidão ou isolamento, ao contrário, achou que foi melhor para sua concentração ter uma sala só para ela.
— O acompanhamento foi legal. Tiveram uma total e incrível paciência. Se eu tivesse dúvidas, eles me ajudavam. Eles estão preparados. Me receberam tão bem — contou, sobre o comportamento dos orientadores e fiscais de provas.
Dizendo-se confiante e tranquila, assim que cruzou os portões da faculdade Fernanda abraçou sua mãe, a assistente social Regiane Nascimento, de 53 anos.
— É uma vitória ela estar aqui — comemorou Regiane, sem conter lágrimas de alegria.
Fernanda não concluiu o ensino médio, mas Regiane conseguiu por meio de um pedido ao Ministério da Educação (MEC) uma autorização para que sua nota no Enem servisse para a jovem obter um certificado de conclusão do ensino médio. Com muita habilidade para desenhar, Fernanda quer ser web designer.
Graças a insistência de Regiane, que não aceitou o primeiro diagnóstico dado à filha, de retardo mental, e buscou outros especialistas, Fernanda recebe tratamento terapêutico e psiquiátrico há dez anos. O talento para o desenho da jovem foi desenvolvido de forma autodidata e virou uma forma de comunicação eficaz com a família, já que Fernanda durante muito tempo utilizava pouco a linguagem verbal.
— A escola pública não está preparada para receber jovens com autismo — disse Regiane, explicando que boa parte da educação formal da filha dependeu de bolsas de estudos em escolas especiais particulares. — Não tinha condições de pagar uma mensalidade de R$ 2.500,00. Fernanda não conseguiu se adaptar à escola e a escola também não deu conta. A diversidade precisa ser tratada com seriedade na escola pública.
Há dois anos Fernanda deixou de cursar o ensino médio sem conclui-lo. Nesses dois anos, passou por entidades que atendem autistas e seu médico psiquiatra ajustou os horários de sua medicação. A arte terapia também tem sido importante para seu desenvolvimento intelectual. A mãe a ajudou a estudar em casa, especialmente matérias como história e geografia.
— Ela tem dificuldade para entender conceitos lineares de tempo e espaço. Nas últimas semanas, procurei deixa-la à vontade. Não cobrei. Mas disse a ela que não pode desistir. O fato de chegar até aqui é uma vitória e motivo de orgulho a toda a família e aos profissionais que cuidam dela — contou Regiane.
Fernanda chegou a perguntar para a mãe se seu desempenho na prova mostra o quanto é inteligente. Regiane apressou-se em explicar que não são necessárias provas para medir a inteligência. Com respostas sinceras e espontâneas, a estudante contou ter gostado de uma questão com uma história em quadrinhos da Turma da Mônica. Achou difícil uma pergunta de química e elogiou uma questão sobre radiação, tema pelo qual tem muito interesse.
— É cansativo pensar. Estou ansiosa para ir embora. É difícil ter paciência com uma prova tão longa. Mas é bom treinar a paciência — disse Fernanda, contando que no domingo seguirá a mesma rotina: vai acordar às 7 horas, se aprontar, comer e chegar ao local do exame com uma hora e trinta minutos de antecedência.


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'Me sinto uma vitoriosa', diz autista que faz Enem em SP

Rainha Sazuki Bali (2014)


Cidade dos Ciclos (2014)



Autistas chegam ao mercado de trabalho

Autistas chegam ao mercado de trabalho

Como o maior conhecimento sobre o transtorno, terapias adequadas e diagnóstico precoce têm permitido às pessoas com autismo trabalhar

Rachel CostaRevista IstoÉ IndependentePublicada em 04/11/2011


CONQUISTA
Fernanda Raquel desenvolveu a habilidade de desenhar para se comunicar.
Hoje trabalha como ilustradora

Foto: Revista IstoÉ Independente

Um cenário impensável no passado. Na empresa dinamarquesa de testagem de softwares Specialisterne, 80 dos 100 funcionários têm autismo. Uma das pioneiras na contratação de mão de obra autista, ela é um exemplo do grande avanço ocorrido nos últimos anos no universo das pessoas que convivem com esse transtorno. Com a melhor compreensão sobre a síndrome, os autistas têm deixado a clausura do espaço privado e ganhado o espaço público. “O autismo é um conjunto muito heterogêneo de condições que têm como ponto de contato os prejuízos nas áreas da comunicação, comportamento e interação social”, explica o neurologista Salomão Schwartzman. Se durante muito tempo se falou apenas dessas dificuldades, atualmente começam a ser discutidas as habilidades associadas e como isso pode ser aproveitado em diferentes profissões. Tanto que já há uma primeira geração a chegar ao mercado de trabalho. “Eles têm boa memória, uma mente muito bem estruturada, paixão por detalhes, bom faro para encontrar erros e perseverança para realizar atividades repetitivas”, disse à ISTOÉ o fundador da Specialisterne, Thorkil Sonne. 

Foi o caso da jovem Fernanda Raquel Nascimento, 18 anos. A terapia ajudou a jovem a vencer os obstáculos que encontrava para interagir. Também progressivamente ela transformou em profissão o que era uma de suas formas de comunicação, o desenho. Hoje ela comemora seus primeiros trabalhos de ilustração para a Livraria Saraiva, em São Paulo. “Com o dinheiro, quero cursar faculdade”, diz. A jovem ainda trabalha em casa, mas o objetivo é que passe a dar expediente no escritório. “Ela realiza um trabalho de alta qualidade e com um ótimo atendimento da demanda”, fala Jorge Saraiva, proprietário da rede de livrarias. Depois do contato com Fernanda, a empresa iniciou um plano para a contratação de pessoas com diferentes tipos de transtorno, entre eles, o autismo. Que se torne um cenário comum. 

Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/174092_AUTISTAS+CHEGAM+AO+MERCADO+DE+TRABALHO

MTV Autismo - Fernanda 2011

Exposição "Arte é Viver" 2010